A Soberana Casa de Trivulzio foi uma das mais antigas e Nobres Casas Principescas da Itália. Surgida provavelmente antes do X Século, seus Membros alcançaram grande notoriedade entre a Aristocracia Lombarda.

 

 

Senhores de uma enorme série de Feudos em toda a Lombardia e atual Suíça, alcançaram ainda no século XV a dignidades de Príncipes do Sacro Império Romano Germânico. Numerosos foram os Cardeais da Casa Principesca de Trivulzio, entre eles os Cardeais Antônio III Trivulzio, Cardeal Scaramuccia Trivulzio, Agostino Trivulzio e Antônio V Trivulzio.

 

Tornaram-se Senhores da região suíça de Val Mesolcina ainda no século XV, logo depois tornando-se Príncipes do mesmo local. Construíram numerosos Castelos e Palácios que estão espalhados por todo o Norte da Itália e pelo sul da Suíça.


A Família GALLI, cujo nome também pode ser escrito como GALLIO, dependendo do período histórico, ou mesmo GALLIVS, em latim, é de origem antiquíssima, sendo que descendem por via varonil do Imperador Carlos I Magno, por meio dos Condes de Vermandois. São, por consequência, um ramo da Dinastia Imperial dos Carolíngios, que reinaram sobre à França, à Itália e à Alemanha.

A história da Casa de Galli foi se confundindo com a história dos feudos e das Casas Principescas italianas ao longo dos séculos. Ottavio I Galli, ou Gallio, Príncipe de Cernobbio (1480-1552), foi pai de três filhos, Girolamo I, que foi Marquês de Isola; Marcos II, que foi Príncipe de Cernobbio; e Tolomeo I, Cardeal da Santa Igreja e Duque de Alvito e Conde del Tre Pievi e do Sacrossanto Império Romano-Germânico.

Como Tolomeo I, por ser Cardeal, não pode ter filhos, foi sucedido por Tolomeo II, filho de seu irmão Marcos II. Tolomeo II, que faleceu em 1613, casou-se em primeiras núpcias com a Condessa Barbara Visconti Borromeo, com quem teve descendência. Após o falecimento da 1ª esposa, casou-se com a Princesa Partenia Bonelli, filha do Marquês Girolamo Bonelli.

Tolomeo II, Duque de Alvito, foi pai de Francesco I, Príncipe de Cernobbio, Duque de Alvito, Marquês de Scaldasole e Conde del Tre Pievi e do Sacrossanto Império Romano-Germânico. Francesco I casou-se com sua prima a Condessa Giustina Farnese Borromeo, filha do Conde Renato II Borromeo, e da Princesa Ersilia Farnese, filha por sua vez de Ottavio Farnese, Duque de Parma e Piacenza e Camerino, filho de Pier Luigi Farnese, Duque de Parma.


Francesco I foi pai de Partenia Borromeo Galli, casada por três vezes (sendo sempre viúva entre cada casamento), primeiro com o Senador Girolamo Salamanca, depois com o Conde Francesco Arese, e depois com o Conde Girolamo Serbelloni. Ortensia Borromeo Galli, casada com o Conde Francesco Cicogna. Tolomeo III, Duque de Alvito. Ersina, casada com o Conde Giambatista dal Verme. Chiara, casada com o Conde Girolamo Caini. E o Cardeal Marco III Galli, Bispo de Rimini.


Tolomeo III, Duque de Alvito, falecido em 1687, casou-se com a Princesa Ottavia Grimaldi Trivulzio, filha do Príncipe Gian Giacomo VI Trivulzio, que foi Príncipe de Mesolcina como Gian Giacomo III, e Cardeal da Santa Igreja. Por via materna, Ottavia Trivulzio era filha da Princesa Giovanna Maria Grimaldi, filha, por sua vez do Príncipe Ercole I do Mônaco.


Do casamento entre Tolomeo III Galli e Ottavia Trivulzio nasceram três filhos, que foram Giustina Trivulzio Galli, Duquesa de Sora por seu casamento com o Duque Gregorio Boncampagni. Francesco II  Galli e Antonio Gaetano Trivulzio Galli, que depois viria a ser Antonio II, Príncipe de Mesolcina.

Dos dois irmãos, Francesco II e Antônio II, nasceram as duas linhas da Casa Principesca. Os descendentes do primeiro formaram a linha de Alvito, também chamada de Ramo Primogênito, ou ainda de CASA DE GALLI, ou de GALLIO, e do segundo o chamado Ramo de Mesolcina, também chamada de CASA DE TRIVULZIO-GALLI, ou TRIVULZIO-GALLIO.
 

Francesco II foi pai de Giuseppe I (1693-1719), que renunciou os seus Direitos para ser Monge Beneditino. Maria Ottavia, que foi Beneditina. Partenia, que foi agostiniana. Vicenza, que foi Agostiniana. Tomomeo IV, Duque de Alvito. Domênico I (1692-1751), de cuja descendência surgiria o segunda Ramo do Ramo de Mesolcina. Carlo II, que foi Padre Teatino (1689-1732), Antonio (+1710) e Niccola (+1744).

Tolomeo IV casou-se com Beatrice Tocco, filha do Príncipe Carlo I, Foi pai de Francesco III, que casou-se com Caterina Rospigliosi, filha do Príncipe Carlo Rospigliosi e Dama de Honra da Rainha de Nápoles. Deste casamento nasceram três filhos, que foram Marianna, Duquesa de Pignatelli, por seu casamento com o Duque Carlo. Carlo III Galli, Duque de Alvito. E Alfonsina, Princesa de Colobrano por seu casamento com o Príncipe Michele Carafa. Os atuais descendentes da Princesa Alfonsina são os Duques Bourbon-Orléans de Galliera.

Carlo III casou-se com Elisabetta Capece Minutolo, filha do Duque de Ruoti. Não houveram descendentes deste casamento, assim, quando em 1800 morreu Carlos III, extinguiu-se o Ramo Primogênito da Casa Ducal de Galli, também conhecido como Ramo de Alvito. Todos os direitos Nobiliárquicos passaram aos descendentes de Domênico I, que formam o atual Ramo de Mesolcina.

 

 

 

Em 1678 o Príncipe Antônio V Trivúlzio, que reinou como Antonio I de Mesolcina, faleceu sem ter filhos, e legou por testamento todos os seus bens e títulos ao Príncipe Antonio Galli, que a partir desta data passou a ser chamado de Antônio VI de Trivulzio Galli, Príncipe de Mesolcina com o título de Antônio II. Após a morte de Antonio II em 1707, seu filho Antônio VII, dito Antônio Tolomeo, herdou o Principado como Antônio III.

 

 

Antônio VII Trivulzio Galli, também dito Antônio III de Mesolcina, foi Grande da Espanha, Decurião de Milão, General do Exército do Sacro Império e 690º CAVALEIRO DA ORDEM DO TOSÃO DE OURO. Casou-se com a Condessa Maria Archinti, filha de Carlos, Conde de Archinti, com quem teve apenas uma filha, Princesa Lucrécia, nascida em 1723, falecida em 1767, que faleceu sem ter filhos. Antônio II doou parte de seus bens, incluindo o Palácio Trivulzio em Milão, para a formação do Pio Albergo Trivulzio, Instituição de Caridade até hoje existente.

 

Após a morte de Antônio VII Trivulzio Galli em 30 de dezembro de 1767, seus bens, incluindo os títulos de Príncipe de Trivulzio e do Sacro Império, passaram a seu primo Domenico II  Trivulzio-Galli, que reinou como Domênico I de Mesolcina, filho do Príncipe Domênico I Trivulzio-Galli, filho por sua vez de Francesco II Duque de Alvito, neto de Tolomeo III, Duque de Alvito, que havia se casado com a Princesa Ottavia Grimaldi Trivulzio. Logo Domênico II era primo de Antônio VII.

 

 

 

 

O Principado de Mesolcina foi unido ao Principado de Galli e ao Condado del Tre Pieve em 1800, sendo que manteve-se como Estado Soberano até a queda do Reino do Lombardo-Vêneto em 1866. Atualmente o Príncipe titular de Mesolcina é o Príncipe Andre III Trivulzio Galli.  

 

Atual Brasão (Grandes Armas) dos Trivulzio-Galli, Principes Soberanos de Mesolcina e do Sacro Império Romano Germânico.